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Delator aponta sogro de Wilson Filho como operador do pagamento de propinas

Aníbal Gomes ao lado da filha no casamento dela com o deputado Wilson Filho

 

Na reta final de 2018, foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), o acordo de delação premiada de Jorge Luz, lobista e acusado de intermediar propina para políticos do MDB, que atinge o senador Renan Calheiros e o deputado federal cearense Aníbal Gomes (DEM), sogro do deputado estadual Wilson Filho (PTB).

Em planilha juntada aos autos da ação, Jorge Luz identifica US$ 418 mil dos R$ 11,5 milhões em propinas que disse ter intermediado a políticos peemedebistas. Segundo a delação, além de Renan, teriam sido beneficiados o também o deputado federal cearense Aníbal Gomes (DEM), sogro do deputado estadual Wilson Filho (PTB), o senador Jarder Barbalho (PA) e o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, destaca publicação de O Povo.

O papel de Aníbal

Aníbal Gomes seria responsável por “operacionalizar” o pagamento de propinas, diretamente ou por intermédio de seu assessor, Luís Carlos Batista Sá. Eles entregariam, inclusive, indicações de contas no exterior para o depósito das propinas.

Os pagamentos, conforme a delação, seriam contrapartida por contratos da diretoria Internacional da Petrobras, sob influência do então diretor Nestor Cerveró.

Na última eleição para a Câmara dos Deputados, Aníbal ficou como primeiro suplente da coligação governista composta por PDT, PTB, DEM, PSB, PRP e PPL. Ele assumirá mandato diante da confirmação da indicação de Mauro Filho (PDT) para secretário do Planejamento e Gestão do segundo governo Camilo Santana (PT).

O que diz a defesa

A defesa de Aníbal Gomes, representada pelos advogados Águimon Rocha e Gustavo Souto, nega as acusações: “O deputado jamais serviu de assessor ou qualquer outro tipo de acesso ao senador Renan Calheiros”. O advogado Águimon Rocha afirma que a única vinculação do deputado cearense com o senador é “político-partidária” e que em momento algum Aníbal se utilizou de cargo para prática de ilicitude.

“Os delatores, como vem ficando provado pela própria Lava Jato, estão fazendo delações envolvendo políticos tão somente para obter benefícios, sobretudo o benefício da liberdade. A revogação da prisão decretada pelo juiz. Fica muito fácil imputar qualquer pessoa pela prática de crime sem uma prova”, continua o advogado. “Até hoje, não há uma prova sequer que vincule o deputado ao senador Renan ou que demonstre que o deputado tenha praticado algo ilícito”.

Delação

No acordo, foi definido que os delatores irão ressarcir R$ 40 milhões ao erário.

A delação é a primeira homologada desde a posse da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

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