Com a deflagração da operação Calvário, pelo Ministério Público, nesta sexta-feira (14), a deputada estadual e senadora eleita pelo Progressistas, Daniella Ribeiro, relembrou os fatos ocorridos no ano de 2011, período no qual o Governo do Estado da Paraíba anunciou que a gestão do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena ficaria a cargo da Cruz Vermelha Brasileira.
A operação do Ministério Público visa desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha. Segundo as investigações, a organização teve acesso a mais de R$1,1 bilhão em recursos públicos, dinheiro que era utilizado para a gestão das unidades em diversos estados brasileiros.
Um dos primeiros questionamentos de Daniella sobre a gestão da Cruz Vermelha foi em relação às demissões em massa de servidores do Trauma. “Já naquela época, a minha preocupação era com a legalidade e transparência da organização, afinal de contas, o governo terceirizou a gestão do maior hospital da Paraíba. Desde o início alertamos sobre problemas envolvendo a organização em outros estados. Pedi na Assembleia Legislativa para que o contrato fosse discutido, mas nem representante o governo enviou,”, afirmou.
Daniella lembrou ainda das investigações conduzidas pelo procurador do Trabalho, Eduardo Varandas, que apontou precarização nas relações trabalhistas. Em audiência realizada no Senado Federal, também em 2011, vários outros problemas de ordem estrutural também foram mostrados, a exemplo de macas improvisadas, equipamentos quebrados, pacientes sem atendimento etc. “Nunca fomos contra o bem da Paraíba, mas notadamente após as denúncias de irregularidades e desvios de recursos, pedimos cautela. A Paraíba paga caro por isso”, destacou.
Em 2014, após outra audiência pública na AL, Daniella sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis irregularidades no Hospital de Trauma. “Quando insistimos na realização de audiência pública para discutir o contrato do Governo com a Cruz Vermelha, fomos ignorados pela gestão estadual. Talvez se houvesse transparência, não teríamos chegado a um momento como esse, em que o contrato da Cruz Vermelha na Paraíba fica sob suspeita”, declarou.