O deputado estadual eleito, o delegado Walber Virgulino (PEN), comentou a decisão do governador Ricardo Coutinho (PSB) de exonerar os delegados responsáveis Lucas Sá e Maria Wanderléia Gadi, responsáveis pela Operação Cartola, que investiga manipulação dos resultados de jogos no futebol paraibano, envolvendo jogos do Botafogo.
Virgulino acredita que o afastamento dos responsaveis pela investigação tem relação com a divulgação da matéria no Esporte Espetacular, da Rede Globo, onde o nome do governador é citado como um dos envolvidos no escândalo. Entretanto, o deputado eleito fez graves acusações a colegas de profissão, alegando que Ricardo decidiu exonerá-los para não ficar refém.
“Talvez Lucas e Gadi, de fato, tenham sido exonerados por causa da matéria na Globo. Já os outros delegados pertencem a uma associação que rivaliza com o grupo do secretário Cláudio Lima. Com essa decisão, o secretário saiu fortalecido. Para não ficar refém desse grupo, o governador decidiu exonená-los. A verdade é que polícia Civil não tem condições de comandar as investigações da Operação Cartola”, denunciou.
O delegado ressaltou que a corporação é dividida em três grupos que disputam o poder e enfraquece o trabalho da polícia. Para ele, essa briga prejudica o combate à violência. Ele cobrou que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal assumam as investigações da Operação Cartola, já que para o deputado, o trabalho da Polícia Civil está em suspeição. Walber prometeu abrir a caixa-preta da Segurança Pública na Assembleia Legislativa.
“Quando assumir na Assembleia Legislativa vou abrir a caixa-preta da Segurança Pública. A Polícia Civil deveria acabar e começar de novo. Essa briga de vaidade e poder dividiu a categoria e acabou com o espírito coletivo. No caso específico da Operação Cartola, defendo que as investigações sejam feitas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Se ficar por aqui, não vai dá em nada”, finalizou.