Em entrevista à CBN Paraíba, nesta segunda-feira (3), o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) defendeu a ampliação da concessão do porte de armas. A proposta, que pretende apresentar, caso seja reeleito para o Senado Federal no entanto, limita o porte para os moradores da zona rural e aos agentes de estado fardados. O tucano abriu a rodada de entrevistas com os candidatos ao Senado e ao governo da Paraíba, informa reportagem do Jornal da Paraíba.
Segundo Cássio, a questão do morador do campo, o porte de arma é importante, já que a resposta da segurança não é tão ágil. “Também tenho uma defesa clara para as pessoas que trabalham fardadas, como os agentes de trânsito, os guardas municipais, os oficiais de Justiça e os agentes penitenciários. Eu tenho um projeto de lei, por incrível e pouca gente sabe, mas um policial fardado, enfrentando bandido, quando ele vai para a reserva, ele perde o porte de arma. Enquanto isso, os bandidos fortemente armados. Então, que pelo menos o estado esteja armada para defender o cidadão”, defendeu o tucano.
Durante os 40 minutos da sabatina, Cássio Cunha Lima também respondeu questionamentos sobre propostas relacionadas ao Ajuste Fiscal, redução de privilégios, Reforma da Previdência e Saneamento, além de tema políticos partidários, como a sua relação com o presidente Michel Temer (MDB) e a dificuldade do PSDB em ampliar espaços no Nordeste.
Relação com Temer e Lula
Apesar de ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Cássio Cunha Lima negou que apoie o governo do presidente Temer. “Tem um episódio que eu faço o reconhecimento dele em ter terminado o Eixo Leste da Transposição. Mas a posição de Pedro Cunha Lima (deputado federal pelo PSDB e seu filho, que votou favorável ao recebimento da denúncia contra Temer), já que a matéria não chegou ao Senado, fala por mim e a posição do PSDB da Paraíba contra o governo Temer. Eu não votei em Temer. Quem votou em Temer foi quem votou em Dilma Rousseff. Aqueles que estavam no governo do PT até às véspera das eleições é quem tem que prestar conta”, argumentou.
Questionado sobre a dificuldade do PSDB em ampliar espaços com o eleitorado nordestino, sobretudo o candidato à presidente Geraldo Alckmin, Cássio admitiu que a influência de Lula é inquestionável. “Não credito que tenha uma falha do PSDB ou de qualquer partido. O que se percebe é uma força de Lula que não é sequer do PT, mas é algo personalíssimo com o ex-presidente. Isso acaba diminuindo espaço para outros partidos”, afirmou.
Arrocho fiscal e Reforma Previdenciária
Cássio Cunha Lima também firmou posicionamento pela redução da carga tributária. “É preciso conter os impostos para que o empresário possa competir e gerar mais empregos. O Brasil não vai sair da crise aumentando a carga tributária. Sou contra o aumento da carga tributária”, pontuou.
Com relação à reforma previdenciária, o tucano lembrou que a matéria ainda não foi apreciada pelo Congresso Nacional e acusou setores de amedrontar a população com propósitos políticos.
A reforma da previdência eu tenho duas posições: Não voto contra o trabalhador rural, não vou desfazer o que fiz como deputado constituinte, e não voto contra mudanças no benefício de prestação continuada para deficientes e idosos que não têm renda. No restante vamos fazer a discussão e enfrentar os privilégios. Defendo uma previdência igual para todos”, afirmou.
Redução de privilégios
Cássio Cunha Lima disse que a redução de privilégios é uma pauta que tem que estar presente no Congresso. O tucano destacou um projeto relatado por Pedro Cunha Lima que regulamenta o uso de carros oficiais pelos congressistas. “Já devolvi o carro que uso para dar exemplo. O Brasil está criando consciência que não é mais possível”, disse.
O tucano voltou a lembrar que a carga tributária que o brasileiro enfrenta é insuportável. “A dívida pública consome o dobro do orçamento da saúde e educação. O combate a esses privilégios é uma necessidade imperiosa. Ninguém aguenta mais pagar impostos e é preciso combater isso”, enfatizou.
Cássio também lembrou que em sua trajetória política fez vários exercícios para reduzir a máquina pública. “Quando fui governador reduzimos em seis mil cargos comissionados. Abdiquei de um instrumento de poder que delegados era cargos de confiança e eu institui o concurso público e todos passaram a ser nomeados mediante concurso público. Quando fui governador não morei na granja, mas há o passo adiante que é o que Lucélio pretende que é transformar a Granja Santana em espaço público”, disse.
Entrevistas na CBN
A sabatina com os candidatos aos Senado pela Paraíba segue nesta terça-feira (4), com o candidato únido do MDB, Roberto Paulino. A ordem dos entrevistados foi definida por meio de sorteio, com a presença de representantes de todos os partidos.
As entrevistas ocorrerão em rede, a partir das 10h, e serão transmitidas pela CBN João Pessoa e pela CBN Campina Grande, com perguntas formuladas por âncoras e colunistas. Haverá também a participação dos ouvintes. São 40 minutos de entrevista, descontados os intervalos.
Veja a ordem das entrevistas dos candidatos ao Senado e governo da Paraíba:
SENADO
Dia 4 Roberto Paulino (MDB)
Dia 5 Nelson Júnior (PSOL)
Dia 6 Nivaldo Mangueira (PSOL)
Dia 10 Luiz Couto (PT)
Dia 11 Veneziano Vital do Rêgo (PSB)
Dia 12 Daniella Ribeiro (PP)
GOVERNO
Dia 17 Tárcio Teixeira (PSOL)
Dia 18 Rama Dantas (PSTU)
Dia 19 José Maranhão (MDB)
Dia 20 Lucélio Cartaxo (PV)
dia 24 João Azevêdo (PSB