Candidato do PSB tem uma lista extensa de processos; Veneziano chegou a contratar petshop para construir cisternas em Campina Grande
“Sou ficha limpa de verdade. Peço que façam uma pesquisa no meu nome, tenho uma vida política sem máculas, sem nada que envergonhe o povo paraibano. Diferente do meu concorrente, que Campina Grande conhece muito bem. Veneziano diz muita coisa fantasiosa, não conta que é o terceiro deputado federal com mais processos. Não conta dos mais de 20 processos e ações criminais e da condenação por improbidade administrativa”, destacou Daniella Ribeiro, candidata ao Senado Federal pelo Progressistas, em entrevista à Rádio Band News FM, em João Pessoa. Ela retribuiu os ataques de Veneziano, que tenta atribuir à Daniella responsabilidades por votações nas quais ela sequer participou.
A lista de processos de Veneziano é extensa. São mais de 70 ações por improbidade administrativa, ações criminais na Justiça Estadual e na Federal, com acusações graves por desvio de recursos públicos, fraude em procedimento licitatórios, falsificação de extratos bancários e notas fiscais. “Ele foi denunciado pela Procuradoria Geral, isso é muito sério. Então, dizer que tem uma ficha limpa, não tem. Fico indignada quem tenta, com palavras bonitas, ludibriar o povo. Campina Grande conhece e sabe que a gestão dele foi um desastre”, afirmou.
As declarações de Daniella vieram em resposta aos sucessivos ataques, infundados, de Veneziano ao seu nome durante a campanha. “É esse o candidato que hoje aparece com fala mansa, pedindo o voto do povo paraibano. A Paraíba, os paraibanos, não merecem um político tão dissimulado, tão sujo com a Justiça. Por isso que nas eleições municipais de 2016 ele teve uma votação pífia em Campina Grande”, pontuou Daniella.
Condenado na Justiça Federal e réu na Justiça Estadual
Na Justiça Federal da Paraíba, Veneziano foi condenado pela prática de ato de improbidade administrativa, às sanções de suspensão dos direitos políticos por cinco anos, pagamento de multa no valor de R$ 150 mil e perda da função pública. Os recursos desviados por Veneziano e investigados no processo são decorrentes do convênio n° 36/2004, do Programa Fome Zero, destinado à construção de cisternas na zona rural de Campina Grande.
Em outro processo, o de n° 0001601-46.2013.4.05.8201, a acusação é de que Veneziano firmou pessoalmente contrato com um petshop no valor de R$137 mil para fazer cisternas na zona rural de Campina Grande com recursos do programa Fome Zero. Ele foi condenado por improbidade administrativa.
Ainda na Justiça Federal, foi denunciado pelo Ministério Público Federal porque, no ano de 2009, praticou diversas irregularidades, como contratação direta sem licitação e falsificação de assinaturas em atas para contratação da empresa que prestou o serviço de mídia promocional. Segundo o MPF, a União teve um prejuízo de quase R$ 3 milhões pelos atos de Veneziano.
Dentre os processos que tramitam na Justiça Estadual da Paraíba, estão os de número 0817022-85.2016.8.15.0001 (no qual o Ministério Público acusa Veneziano de fazer um acordo de mais de R$ 1 milhão no apagar das luzes de sua gestão, acordo que não foi benéfico para o erário municipal); o processo 0817022-85.2016.8.15.0001 (no qual o MP identificou mais de 100 cheques sem fundo passados por Veneziano enquanto prefeito de Campina Grande); o de número 0802239-54.2017.8.15.0001 (MP acusa a gestão Veneziano de enviar extratos bancários falsos para serem encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba).
Fraude e desvio de recursos públicos causaram prejuízo de mais de R$ 10 milhões
Ainda na lista dos processos da Justiça Estadual, Veneziano responde por fraude em pavimentação de ruas, o que teria causado um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$10 milhões, segundo o Ministério Público.
No STF, Veneziano responde ao processo criminal 4229, após ter sido denunciado pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, em maio deste ano. Ele é acusado, mais uma vez, por desvio de recursos públicos para a instalação de banco de alimentos e do Programa Fome Zero da Prefeitura de Campina Grande. A fraude funcionava assim: dois servidores do setor financeiro da prefeitura preparavam os cheques com a licitação fraudada a mando de Veneziano, que depois assinava e em seguida os funcionários sacavam a quantia no banco e devolviam o dinheiro desviado a Veneziano.