O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV) crobrou na manhã desta quinta-feira (30), investigação sobre o que denominou de “caixa-preta”, a lista de codificados do Estado, divulgada pelo Banco do Brasil, ontem (29), onde servidores recebem salários que chegam a R$ 20 mil, apenas com CPF, ou seja, sem vínculos empregatício com o governo. Cartaxo lamentou a falta de transparência da gestão estadual e resaltou que a lista só veio à tona por uma decisão judicial.
“É uma falta de transparência enorme do Governo do Estado. O governador prega uma gestão transparente, moderna, uma nova Paraíba e escondeu durante oito anos uma lista de codificados, que só apareceu porque a justiça interveio, senão estava engavetada essa lista. Agente não sabe o que esse povo faz, não sabe onde trabalha e recebem salários de oito, de dez, de 12 e até de R$ 20 mil ppr mês. Isso demostra que o Governo do Estado tem uma caixa-preta com essa lista de codificados”, afiemou.
O prefeito da capital além de cobrar do governador Ricardo Coutinho (PSB), transparência em relação aos dados dos codificados, reforçou que o valor gasto com a lista daria para contratar todos os concursados da segurança pública. “Com essa dinheiro daria para contratqr todos os concursados da Polícia Militar. É por isso que está faltando seguranca na Paraíba, ao invés de pagar ao polícia, o governo investe em funcionários que ninguém sabe o que faz”, finalizou.
Entenda o caso
Em 2015, eram pouco mais de oito mil. Um número já considerado escandaloso. Agora, com a liberação do Banco do Brasil, atendendo sentença judicial, diga-se, a relação dos tais codificados do Governo Ricardo Coutinho saltou para mais de 21 mil. Um exército que, apenas a título de comparação, é três vezes maior que o número de policiais militares na Paraíba.
É difícil estimar o tamanho da conta. Talvez ultrapasse os R$ 50 milhões. São dois listões, com mais de 700 páginas. São vencimentos que vão até R$ 20,8 mil. Mas, há vários codificados com salários bem elevados de R$ 13 mil a R$ 18 mil. O Banco do Brasil, por uma razão ainda insondável, liberou a lista sob pressão, após ação movida pelo defensor José Espínola da Costa, que, desde 2016, luta na Justiça para obter a relação
E só foi liberada graças a uma decisão de busca e apreensão da Justiça. O detalhe é que a relação fornecida pelo Banco do Brasil não está em ordem alfabética, não traz o total da folha dos codificados, tampouco consta o local de “trabalho” deles. Pode não ter sido, mas deu a impressão de ter liberado assim pra dificultar a identificação dos integrantes desse “Enem” de privilégios.