O governador e alguns de seus principais assessores se apressaram no fim de semana em propalar falas na tentativa de repercutir o que seria o ranking de eficiência dos Estadosapresentado em reportagem da Folha de São Paulo. A Paraíba seria o 6º colocado no ranking.
Calma. A Paraíba aparece bem na lista, mas não é bem assim. Há uma sonora meia verdade no discurso governamental.
Vamos tentar destrinchar isso.
É verdade que a Paraíba aparece em 6º lugar na lista. Mas não é verdade que seja na lista dos Estados eficientes. A Paraíba está posta da relação dos Estados com “alguma eficiência”.
Os Estados considerados eficientes são, pela ordem, Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo. Aí tem a lista dos Estados com “alguma eficiência”, das unidades com “pouca eficiência” e as “ineficientes”.
Outro ponto a considerar é que a posição da Paraíba parece boa se comparada com outros Estados, mas suas notas nos itens de avaliação são ruins, muito baixas em setores essenciais.
Numa escala que vai de zero a um, a Paraíba aparece reprovada em educação, com nota de 0,305; em saúde, com 0,495, e nas finanças, com nota de 0,360. Passa se arrastando em infraestrutura, com nota de 0,557, e tem 0,679 em segurança.
Gravíssima do ponto de vista negativo é a situação na qual a Paraíba aparece no item renda per capita do ranking, com apenas 0,005. As duas outras rendas per capita mais baixas são do Acre, com 0,061, e do Ceará, que tem 0,073.
No geral, então, a Paraíba é reprovada em quatro itens do tal ranking da Folha e seria aprovado apenas em dois. Por isso é que está na lista dos Estados com alguma eficiência enão dos Estados eficientes. Lógico que está melhor que outros 15, mas não é uma Brastemp, porque as notas são muito ruins.
Pior, para os governistas, é que este ranking, que eles comemoram, pode dar gás ao discurso da oposição liderada pelo candidato Lucélio Cartaxo, de que o governo não cuida das pessoas, já que o Estado vai mal em educação, saúde, finanças e tem uma renda per capita insignificante de 0,005, e apresentando nota acima de cinco em apenas dois itens infraestrutura e segurança, sendo que a sensação de violência nas ruas e na zona rural sufoca a nota da Folha.
No caso, o governo se apressou para tentar tirar vantagem da reportagem do jornal paulista, mas não percebeu que estava deixando o rabo à mostra.