O ano político na Paraíba está se fechando com duas constatações que merecem atenção, pois podem servir de base para definições em 2018.
A primeira delas é que, apesar de todos os esforços do próprio governador Ricardo Coutinho e do staff governamental, ainda não foi possível emplacar o nome do secretário João Azevedo como candidato a governador.
Os últimos números atestam isso. Pesquisa 6Sigma em João Pessoa, Campina Grande e região de Campina, divulgados nos últimos dias, mostram Azevedo em posição raquítica, com 3,8% em João Pessoa, 1,3% em Campina Grande e 1,4% quando a pesquisa engloba Campina Grande e municípios da região.
É muito pouco para o muito que foi feito na tentativa de fazer de João Azevedo candidato. Foram realizados pelo menos três grandes movimentos públicos a favor do socialista. Nos primeiros meses de 2017, o governador Ricardo Coutinho pegou João pelo braço e o apresentou em todas as plenárias do Orçamento Democrático e inaugurações de obras. O apadrinhado fez discurso em todos os eventos. Aí pelo meado do ano, João Azevedo foi a estrela em mais de uma dezena de plenárias do PSB e lançado formalmente como candidato pelo próprio governador na plenária de Guaratiba. Nos últimos meses, João Azevedo foi levado para os quatro cantos do Estado por deputados e prefeitos, sem falar na tentativa de fazer de João o pai da transposição do São Francisco.
Nada deu certo, mesmo João Azevedo podendo percorrer todo o Estado em avião do governo e desfrutar do enorme aparato da mídia patrocinada.
Por tudo isso, a candidatura de João Azevedo vira incógnita. Só teimosia a sustentará.
A outra constatação diz respeito ao prefeito Luciano Cartaxo.
Os números revelam em seu favor um ano bastante produtivo.
Cartaxo aparece com 41,6% em João Pessoa, 7,9% em Campina Grande e 15,8% em Campina e municípios da região.
Trata-se de uma posição de arrancada muito boa, levando-se em consideração que Luciano passou o ano sem assumir candidatura, além de que o prefeito da Capital já penetra na área de Campina Grande e os outros candidatos não conseguem penetrar em João Pessoa.
No conjunto, o que se tem é que 2017 fecha com a pré-candidatura do prefeito Luciano Cartaxo em fase de plena consolidação e o lado governista patinando em incertezas.
Existem outras pretensas candidaturas, como a do senador José Maranhão, ocupando posição intermediária. O problema é que vive de expectativas: se Luciano não for candidato, se Ricardo Coutinho não conseguir emplacar seu candidato, se (…).
O prefeito Romero Rodrigues é forte em Campina Grande, mas não conseguiu se espraiar. Sua candidatura depende da decisão de Luciano Cartaxo deixar ou não a prefeitura para disputar o governo.
A vice-governadora Lígia Feliciano depende de assumir o governo é muito da decisão do governador Ricardo Coutinho. Mas está no jogo. Este é o quadro que 2017 entrega a 2018.