O nome do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), é citado na denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). O gestor máximo do Executivo brasileiro foi denunciado nesta segunda-feira (26) no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado de corrupção passiva em suposto esquema de pagamento de propina paga pela JBS, dos empresários Joesley e Wesley Batista. O paraibano, no entanto, é citado na denúncia como parte em outro esquema, investigado no inquérito nº 4327. A apuração tinha como alvo principal o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que, segundo o Ministério Público, comandava o grupo chamado de “PMDB da Câmara dos Deputados”.
O grupo, no qual Manoel Júnior é relacionado, era responsável pela apresentação de emendas e requerimentos indicados por Cunha. Através deles, o peemedebista teria chantageado empresários ou mesmo “vendido” emendas. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita ainda na denúncia que os integrantes do grupo “atuavam diretamente na indicação política de pessoas para postos importantes em determinados setores, sobretudo da Petrobras e da Caixa Econômica Federal”. O ex-deputado federal Eduardo Cunha está preso em Curitiba desde o ano passado, pouco depois de ter o mandato cassado na Câmara dos Deputados.
Janot diz também que eles “eram responsáveis pela “venda” de requerimentos e emendas parlamentares para beneficiar, ao menos, empreiteiras e banqueiros. O avançar das investigações no bojo do presente inquérito permitiu vislumbrar que, na verdade, a organização criminosa que opera para a prática dos crimes investigados no presente apuratório é a mesma analisada no Inquérito n. 4327″. Os nomes citados pelo procurador-geral da República foram Aníbal Gomes, Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Alexandre Santos, Altineu Cortês, João Magalhães, Manoel Júnior, Nelson Burnier, Solange Almeida, André Esteves, Fernando Antônio Falcão Soares, André Moura (filiado ao PSC) Arnaldo Faria de Sá (filiado ao PTB),
Carlos Willian (filiado ao PTC) e Lúcio Bolonha Funaro.
“As investigações conduzidas no bojo do Inquérito n. 4.483 indicam não apenas a continuidade da atividade da organização criminosa, como também a participação de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, ora denunciados, bem como possivelmente do ex-deputado federal e ex-ministro de Estado Geddel Vieira Lima, apontado como homem de confiança de Michel Temer para o trato de negócios escusos, de Wellington Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, e de Eliseu Lemos Padilha, ministro-chefe da Casa Civil”, diz a sequência da denúncia que tem o presidente como alvo.
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