O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior (PMDB), não é citado na denúncia protocolada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB). A confusão ocorreu por causa da divulgação, pela PGR, de dos dois relatórios protocolados no Supremo Tribunal Federal (STF). O primeiro, a “Íntegra da cota”, faz referência ao inquérito que investiga a atuação do grupo identificado como “PMDB da Câmara dos Deputados”.
O grupo seria ligado ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se encontra preso em Curitiba. Eles seriam responsáveis pela venda de requerimentos e emendas a empresários. Manoel Júnior é citado nesta investigação, mas ela não consta na integra a denúncia.
A “Íntegra da Denúncia”, protocolada pela PGR no Supremo, não cita efetivamente Manoel Júnior. E é justamente ela que vai tramitar na apuração na denúncia de corrupção passiva que pesa contra Michel Temer.
O presidente foi gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS. Na acusação, o gestor é acusado de ser o destinatário de uma mala com R$ 500 mil de propina entregue ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Temer nega todas as acusações. Para a denúncia, foi elaborado um relatório suplementar, no qual Manoel Júnior é citado. O documento, no entanto, tem apenas caráter suplementar.
Vitalzinho, de novo
A denúncia contra Michel Temer, no entanto, cita o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho. Ele é relacionado em delação premiada por Ricardo Saud, ex-diretor de Relações Institucionais da JBS, subsidiária da JBS. O ministro paraibano teria recebido o recurso quando ocupava o cargo de senador e disputava o governo da Paraíba, em 2014.
Dos R$ 35 milhões destinados aos senadores, Vitalzinho teria ficado com R$ 8 milhões. O dinheiro era um saldo do que teria sido acertado com o PT para o financiamento de candidaturas do PMDB.
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