O prefeito de Bayeux, Berg Lima (Podemos), retirou do ar a enquete sobre a construção de um presídio federal na cidade. A decisão ocorre num momento de grande pressão de adversários e aliados. O tema vem desagradando os vereadores e mereceu críticas do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do deputado estadual João Gonçalves (PDT). O gestor foi procurado pelo blog, mas, ao saber do assunto, assessores diziam seguidamente para “ligar em uma hora”. Há denúncias de que a consulta estava sendo fraudada, mas ninguém na prefeitura comenta o assunto.
Os indícios são a ausência da quantificação dos votos. Enquanto aparecia quantas pessoas estavam votando, a consulta mostrava sinalização contrária à construção. Depois que os números foram suprimidos, de forma a mostrar apenas o percentual, a enquete estancou o placar em 75%. Procurado pelo blog, na manhã desta quinta-feira, o secretário de Planejamento de Bayeux, Ronaldo Luiz, demonstrou surpresa ao saber do fim da enquete. Ele também não soube informar se houve decisão do prefeito.
A construção do presídio federal, caso seja aprovada, ocorrerá no limite entre os municípios de Bayeux e Santa Rita. A área é próxima à antiga Manzuá, na saída de Bayeux em direção a Natal, no Rio Grande do Norte. O temor dos moradores é que a unidade abrigue criminosos perigosos e, com isso, outros bandidos do grupo passem a viver na cidade. O prefeito Berg Lima chegou a visitar a unidade prisional de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ele viajou para lá acompanhado de vários vereadores, no início do mês.
A penitenciária, caso seja construída, terá capacidade para 208 internos, entre presos condenados e provisórios, em quatro pavilhões. Para a escolha do espaço, foram preenchidos 11 requisitos necessários para a construção de um Presídio de Segurança Máxima. Entre eles, estão a distância de até 50 km da unidade para um aeroporto de nível regional, logística e fácil acesso a órgãos públicos como órgãos de segurança e hospitais, além da infraestrutura que a cidade tem para colaborar com a chegada à unidade e a fácil lotação para os 250 novos agentes federais.
O aporte inicial para a construção da obra é de R$ 45 milhões, segundo o Ministério da Justiça. A estimativa dada pelo agente federal de execução penal do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério de Justiça (MJ), Felipe Abath, é que a unidade deixa um aporte de R$ 7 milhões para a cidade que a recebe, em contratos de prestações de serviço, por ano.