O estrago causado pelas denúncias do vereador Renato Martins à imagem do PSB e do Governo do Estado pode ser incalculável. São acusações que atingem de cheio o “coletivo girassol”. É inegável que os fatos só vieram à tona, agora, por causa de um sentimento de frustração do vereador. No entanto, não diminui a potencialidade dos ataques.
É sensato dizer que cabe a quem acusa o ônus da prova. Mas existe um silêncio ensurdecedor, principalmente, de secretários de Estado, alvo do vereador. Até agora, a única estratégia usada pela defesa foi a de desqualificar o denunciante. “É discurso de vereador derrotado”, afirmam os socialistas. É bom lembrar, que os maiores escândalos da história recente desse país, só vieram a público por causa de sentimentos como esses nutridos por Renato como frustração, ódio, vingança, traição e sensação de abandono.
Basta lembrar do ex-deputado Roberto Jeferson (PTB), delator do mensalão. Delcídio do Amaral, sentindo-se abandonado pelas estrelas do PT, revelou verdades ocultas desconhecidas da população. Interesses contrariados levaram Eduardo Cunha (PMDB) a abrir o processo de impeachment, dentre outros. Renato entende que o PSB trabalhou contra a reeleição dele e está disposto a revelar tudo o que sabe para justiça e levar o caso para a tribuna da Câmara de João Pessoa.
Pelos detalhes das acusações e pelo conceito de credibilidade construído ao logo desses quatros anos no Legislativo Municipal, é prudente, no mínimo, uma apuração rigorosa do Ministério Público, nas esferas eleitoral e criminal. O próprio parlamentar já se colocou à disposição da justiça para comprovar as acusações. Caso não tenha elementos comprobatórios, deve responder, severamente, por tamanho ato de leviandade. Entretanto, a população tem todo direito de conhecer a verdade dos fatos. Sobretudo, nesse contexto da Operação Lava Jato, em que mitos estão sendo desmascarados.