Após o juiz da propaganda de mídia, José Ramos Ferreira Júnior, determinar pela segunda vez, a retirada de inserções do guia eleitoral de Cida Ramos (PSB), que no entendimento do magistrado, atingiam a honra do candidato à reeleição, Luciano Cartaxo (PSD), o secretário de Comunicação do Estado, Luis Torres, manifestou sua indignação, na noite deste domingo (11), através das redes sociais.
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O jornalista insinua que as decisões do magistrado são motivadas por questões políticas, já que José Ramos Ferreira é esposo da deputada estadual, Daniela Ribeiro (PP), cujo partido faz parte da Coligação de Cartaxo. Na postagem, Torres afirma que o Tribunal Regional Eleitoral jamais poderia permitir que o esposo da deputada fosse o julgador dessses processos e classifica a postura do TRE como um escárnio.
Confira a postagem:
Mesmo observando de longe as eleições deste ano em João Pessoa, entre tantos fatos, um deles tem provocado meu instinto jornalístico e, antes dele, meu senso de cidadão, não me deixando passar omisso. Eis que faço neste espaço de uso completamente pessoal.
O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba não poderia jamais permitir que a propaganda de mídia das eleições na Capital, que inclui principalmente o Guia Eleitoral, um dos mais importantes instrumentos de qualquer eleição,estivesse nas mãos de um juiz que tivesse qualquer ligação direta com um dos partidos envolvidos no processo.
É um escárnio. E parece que todo mundo faz cara de paisagem como se estivesse com medo de praticar bullying.
Falando claramente, é inconcebível que o juiz José Ferreira Ramos Júnior, marido da deputada Daniella Ribeiro, dirigente do Partido Progressista, que integra a coligação encabeçada pelo prefeito Luciano Cartaxo, garantindo-lhe, além de outras coisas, tempo de televisão no próprio Guia Eleitoral, seja o julgador desse processo.
Isso, talvez, seja o caso mais escandaloso de permissividade das eleições municipais deste ano no Brasil.
Não tenho nada contra o juiz José Júnior, a quem reputo, inclusive, uma excelente carreira jurídica e uma afabilidade pessoal digna de uma educação admirável.
Mas esse é um caso rasgado de inadequação.
Somente a relação direta entre o juiz e uma liderança política que torce pela vitória do prefeito Luciano Cartaxo, antes mesmo dele prolatar qualquer decisão, já sugeriria ao TRE que o deixasse de fora do processo.
Não bastasse isso, no entanto, o juiz contabiliza em suas decisões um placar totalmente favorável ao prefeito Luciano Cartaxo. Parece, pelo o que tenho acompanhado pela imprensa, que o marido da deputada Daniella Ribeiro acatou todos os pedidos da coligação do prefeito Cartaxo, apoiada pelo PP, e negou todos os pedidos da coligação encabeçada pela professora Cida Ramos.
O TRE não está vendo isso? Ninguém está vendo isso?
Eu, de minha parte, se estivesse integrando o jurídico da coligação do PSB, ou qualquer outra coligação em disputa em João Pessoa, já teria pedido formalmente a suspeição do juiz José Ferreira Ramos Júnior. Repito: ao que sei, um magistrado conceituado. Mas, sabidamente, no lugar errado.
E que, convenhamos, deve ter hoje o trabalho nas eleições de João Pessoa extremamente aprovado. Principalmente dentro de casa.