O que deveria ser regra, no Brasil se torna exceção. As verdades ditas pelo jornalista paraibano José Nêumane Pinto ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, sobre a leniência da corte em relação à julgamento da classe política chamou a atenção.
Num país chafurdado na maior crise moral da história, confrontar um ministro da mais alta corte, é motivo de orgulho e reverência. Por isso, comportamentos como o de Nêumane e do juiz Sérgio Moro ganham cada vez mais notabilidade numa sociedade moralmente depravada.
A regra vira exceção e as exceções ganham admiração nacional. A verdade dita pelo paraibano com lucidez e equilíbrio não se fundamenta na defesa de grupos políticos ou de ideologia partidária, mas na constatação de fatos irrefutáveis. Tanto é assim, que o próprio ministro não teve argumentos convincentes para contrapor o jornalista.
Foro privilegiado e julgamento no STF viraram sinônimo de impunidade nesse país. É fato. São dados. É só analisar as estatísticas. É tão evidente essa constatação, que o ex-presidente Lula faz manobras até ilícitas para ser julgado pela mais alta corte do país, confiante que as indicações políticas vão balizar o julgamento dele.
Como jornalista, tiro o chapéu para esse sertanejo de fibra, caráter e personalidade que não se acovarda e nem se furta de relatar as verdades necessárias, por mais que custem caro, em nome da ética e da justiça social, fundamentos vitais para o exercício da profissão.
Assembléia Legislativa, Câmara de João Pessoa, de Campina e de Uiraúna, além do Sindicatos de Jornalistas têm o dever moral de reconhecer a postura cívica e republicana desse ilustre paraibano. José Nêumane Pinto é um modelo de isenção e imparcialidade tão ensinada nos bancos das Faculdades. Exemplo inspirador.