As horas que antecederam a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff ficarão marcadas pelo acirramento dos discurso na tribuna e por discussões e troca de agressões entre deputados no plenário.
Durante a madrugada deste domingo, em duas ocasiões a bancada do deixa disso evitou que parlamentares da base aliada e da oposição abandonassem a batalha verbal rumo às vias de fato.
Vitor Valim (PSDB-CE) e Sibá Machado (PT-AC) protagonizaram o momento mais tenso, por volta de 1h. Em seu pronunciamento, o tucano chamou os petistas de “bandidos”.
Sibá o esperou descer da tribuna para tomar satisfações. Valim não gostou da abordagem e empurrou o colega, dando início à confusão. Outros parlamentares intervieram e seguraram o tucano para impedir o agravamento do embate.
“O Sibá bateu no meu peito e disse que, se eu continuasse no plenário, iria me pegar. Vai fazer o que comigo? Um bandido desse, de um partido desse ainda vem ameaçar os outros? Eu o empurrei, respondi à altura”, afirmou Valim.
O petista confirmou ter ido ao encontro de tucano, em suas palavras, para avisá-lo de que iria “lhe dar um pau”, quando pegasse o microfone.
“Eu perguntei: ‘Você vai estar aqui quando eu falar? Vou rebater, vou lhe dar um pau. O que isso, o cara nos chamar de safados, bandidos, de tudo?”, justificou Sibá Machado.
PSOL X PSDB
Duas horas antes, foi a vez de Glauber Braga (PSOL-RJ) ser contido por colegas e pela Polícia Legislativa durante bate-boca com o deputado Rocha (PSDB-AC).
Braga também havia acabado de discursar, quando pediu respeito a Rocha e criticou os que tentaram interrompê-lo.
Com o plenário dividido, Braga passou a acompanhar os pronunciamentos na área em que está concentrada a oposição. Um dos parlamentares anti-governo disse que ele deveria se juntar ao grupo contrário ao impeachment.
Irritado, Glauber Braga partiu em direção a Rocha: “Eu vou permanecer onde bem entender. Alguém vai me tirar daqui? Não vai”, afirmou.
Um policial legislativo se posicionou entre os dois. Outros deputados, principalmente da oposição, seguraram o parlamentar do PSOL, até que ele se acalmasse e saísse do plenário.
Depois do ocorrido, Braga deu sua versão da confusão: “Eu fui falar com eles com polidez e educação, e eles se juntaram para tentarem me tirar dali”, contou.
Já Rocha argumentou que a batalha ocorrerá no domingo, quando a Câmara decidirá se afasta ou não Dilma da presidência. “Não tem porrada, não. Aqui é no voto que nós vamos ganhar”, provocou o tucano.