Recebi com muito pesar, tristeza e indignação a morte de uma criança de três anos na última terça-feira, suspeita de dengue hemorrágica. Seria mais um caso nas estatísticas se não me chegasse informações de negligência da rede pública de saúde.
Sabemos da gravidade da doença e que pode levar à morte, por isso deve ser tratada com a mais absoluta urgência. Coisa que não aconteceu no hospital infantil do Valentina de Figueiredo.
Segundo informações da tia da vítima, O pai da menina disse que ela apresentou sintomas de dengue no domingo passado e foi levada para o hospital, onde foi medicada e liberada.
A médica que atendeu a criança disse que se tratava de uma virose, mas ela não melhorou e no outro dia voltou para a mesma unidade. De lá foi encaminhada para o Hospital Arlinda Marques com febre muito alta.
Somente na terça-feira pela manhã, o pai da menina soube que a filha poderia estar com dengue grave, conhecida como dengue hemorrágica.
A família acusa o hospital de negligência. O hospital nega, a história se repete e mais uma vítima entra para as estatísticas da precariedade do SUS.
Um hospital que se diz referência em atendimento infantil, não é capaz de detectar com a agilidade necessária, através de um simples exame de sangue, casos de dengue, virose, Zika ou Chicungunya?
É lamentável saber que em meio a uma epidemia de Zika, uma unidade da capital do Estado referência no tratamento infantil, esteja tão despreparada em detectar suspeitas de dengue hemorrágica, que dirá os casos tão temíveis de microcefalia. Só nos resta o lamento e a cobrança.