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Sindicância do CRM faz Jullys Roberto reduzir licença médica para dez dias

A investigação anunciada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) se mostrou um santo remédio para o deputado estadual Jullys Roberto (PMDB). O parlamentar, após negociação com o governador Ricardo Coutinho (PSB), tinha anunciado licença médica de 121 dias. O prazo seria usado para fazer exames e, talvez, uma nova cirurgia bariátrica. A primeira ocorreu há 12 anos e, ele relata, voltou a engordar. Com o afastamento, Roberto abre caminho para a posse do suplente, Aníbal Marcolino (PSD). Se a doença do peemedebista transformou Aníbal em governista, a sindicância do CRM praticamente curou o parlamentar.

De acordo com informações do Blog do Suetoni, quando anunciou a licença, Jullys Roberto justificou a necessidade de um longo afastamento para tratar a doença. Admitiu, também, o envolvimento do governador na articulação para levar Aníbal para a Assembleia. O fato chamou a atenção do CRM. O presidente da entidade, João Medeiros, então, determinou a abertura de uma sindicância. O corregedor do Conselho Regional de Medicina, Wilberto Trigueiro, mandou notificar a Assembleia Legislativa. O objetivo era saber se realmente seriam necessários esses 121 dias para o tratamento.

Caso fosse detectado o que Trigueiro classificou de uma “licença graciosa”, o médico responsável poderia ser alvo de processo ético. Quer dizer, o risco ainda existe. Mas vamos deixar isso de lado. Centremos a atenção no parlamentar. Isso foi o suficiente para gerar um desconforto sem tamanho em todos os escalões da Assembleia Legislativa. Simplesmente ninguém achava o tal documento emitido por médico atestando a necessidade de uma licença de 121 dias. A CBN João Pessoa questionou a Secretaria Legislativa e a Junta Médica, mas, curiosamente, ninguém dava notícia do tal documento protocolado na semana passada.

O mistério foi solucionado no decorrer do dia, quando o Diário do Poder Legislativo desta quinta-feira (17) finalmente foi publicado. A licença médica de Jullys Roberto será de apenas 10 dias. O restante do prazo, os outros 114 dias do afastamento, foi justificado com a necessidade de tratar assuntos particulares. Ou seja, dos 124 dias requeridos, apenas dez dias serão abonados pela Casa. O prazo de dez dias, vale ressaltar, é similar ao tirado pelo deputado federal Rômulo Gouveia (PSD) para fazer uma cirurgia bariátrica.

Superado toda a celeuma, Aníbal Marcolino foi empossado na tarde desta quinta-feira, sem nenhum holofote. De agora e enquanto durar a licença de Jullys Roberto, ele estará na Casa em defesa da gestão socialista. Marcolino assumiu postura crítica em relação ao colega de partido e prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo. A sua chegada à Casa vem revestida por uma estratégia de enfrentamento ao prefeito. Marcolino, inclusive, já anunciou que vai pedir a desfiliação da atual sigla. Ele já deixou claro que a missão dada será cumprida.

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